Vou votar Sim. Sem dúvida. Sem qualquer tipo de incerteza.
Sou contra o aborto. Sem dúvida. Sem qualquer tipo de incerteza.
Parecem afirmações contraditórias mas não são.Sou contra o aborto. Ouvi o coração da minha filha a primeira vez com 7 semanas. Vi aquele montinho de gente no fundo da minha barriga e sabia que estava ali uma vida, uma pessoa, um bébé. Não compreendo que as pessoas usem o aborto como método contraceptivo, não aceito que mulheres casadas, ou com relações estáveis, não lhes apeteça ter o filho que geraram. Não aceito isso. Eu nunca faria um aborto, excepto se se comprovasse que o bébé que eu transportava era deficiente ou tinha problemas graves de saéde, que pusesse a vida dele ou a minha em risco. Não posso deixar de pensar que cada amontoado de células de 10 semanas pode dar origem a um bébé lindo, feliz e saudável como a Carolina. Esta minha convicção não tem a ver com falsos moralismos, ou com qualquer tipo de religião. Tem a ver comigo própria. Com o facto de ser mãe e de cada vez que penso em aborto, lembro me da minha menina e de quando estive gravida...
Vou votar SIM. Vou votar sim porque os abortos sempre se fizeram e sempre se vão continuar a fazer. Está na hora de acabar com os abortos de vão de escada, na hora de acabar com as mortes, a infertilidade decorrente de uma infecção, de mulheres presas por isso. Está na hora das pessoas poderem ter acesso a melhores condições de higiene, de segurança, de dignidade. De apoio psicológico para terem a certeza se é mesmo aquilo que querem. Está na hora de finalmente fazermos alguma coisa, e finalmente admitirmos o que toda a gente sabe, mas toda a gente fecha os olhos: que os abortos se fazem e vão continuar a fazer, mesmo que o Não ganhe. Não estamos a votar se queremos ou não que as mulheres abortem. Isso já acontece e vai continuar a acontecer. Por muito que me custe vão continuar a fazer abortos quer exista legalização, quer não. Portanto... Sou contra o aborto... Mas voto SIM no referendo...
Cada qual ouve a sua consciência. Eu já ouvi a minha.
quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007
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